Powered By Blogger

sábado, 10 de julho de 2010

Convergências das Mídias e Educação

Aldemir Garcia, Ana Bosi, Emília Barbarioli, Glaycon Araújo, Janete Suely, Martanézia Paganini, Rosani Siqueira


A convergência das mídias influencia nosso modo de ser, de estar, de agir e se comunicar no mundo. Portanto, influencia nosso modo de aprender e ensinar. O termo convergência é empregado para designar a integração de texto som, imagem e número à tecnologia digital.

Convergência não é só um fenômeno tecnológico é, principalmente, um fenômeno cultural. O fenômeno da convergência caracteriza-se principalmente pela idéia de que consumir cultura é tão importante quanto produzi-la. Hoje, coexistem as culturas da mídia tradicional (produzida pelas grandes corporações destinada apenas ao consumo) e da mídia produzida pelas pessoas comuns que circula pelos youtube, blogs, redes de relacionamento e outras plataformas. A primeira é uma cultura que vem de cima para baixo, a segunda, de baixo para cima e produzida a partir de ferramentas que estão disponíveis para todos. Não se pode pensar sobre a convergência de mídias sem refletir sobre o cotidiano. Trata-se de um processo do qual todos somos testemunhas e ao mesmo tempo atores. Dois importantes componentes nesta fusão que está se estabelecendo entre tv, rádio, internet e veículos impressos são a digitalização do conhecimento e a disponibilidade deste saber acumulado numa rede mundial de difícil controle.

Essa imagem nos ajuda a compreender o que seja: convergência tecnológica.
O computador agregou à internet e continua a emergir diferentes possibilidades. Os celulares que possuíam a função de telefonia móvel, atualmente agrega diversas funções. Tais como: envio de mensagens, acesso a internet, filmadora, captação de imagens, serviços de informação, agendas, etc. Enfim, um só espaço, um só dispositivo e muitas funções integradas.


O que é convergências das mídias?
A convergência de mídias não é um processo tecnológico que une múltiplas funções dentro de um mesmo equipamento (como um celular com voz, web e TV, por exemplo), mas sim “uma transformação cultural, à medida que os consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos“. É importante ressaltar que ainda estamos aprendendo a usar todo esse ferramental, então a maior parte do que se faz carece de qualidade. Estamos na fase de aprendizagem, de descobrir como essas ferramentas novas funcionam. Então é o momento da diversão pela diversão. Mais tarde, depois da fase de encantamento pelo novo, vamos passar a usar o que aprendemos agora para produzir coisas úteis.

É esse ponto de virada que deve ser catalisado e aproveitado pela educação. Afinal, todo processo criativo se constrói em cima da cultura existente e a cultura da atualidade é a cultura da convergência, da mídia colaborativa. As receitas de bolo em educação não existem mais. Experiências de êxito vêm sendo realizadas em diversos lugares, sempre respeitando o protagonismo dos estudantes e sua vocação para a descoberta e o uso criativo das tecnologias.


No mundo atual, o número de computadores se iguala ao número de aparelhos de TV. Mais de 600 milhões de pessoas têm algum tipo de acesso à internet. Em 2001, as estatísticas oficiais mostravam que metade dos brasileiros nunca usou um telefone fixo e que, de cada cem nativos, só seis possuem computador. Cerca de 13 milhões de pessoas no Brasil estão conectadas à rede, menos de 10% da população. A Argentina, mergulhada em caos econômico, tem números mais animadores sobre a questão. Diante destes dados, é quase uma verdade irrefutável que a exclusão digital é um problema que merece da atenção do governo, da sociedade e do ambiente acadêmico brasileiro.


O acesso à banda larga, que permite a visualização de vídeos em computadores e outros dispositivos como uma experiência razoavelmente interessante e divertida, é ainda mais elitizado. No entanto, as escolas públicas ainda estão muito aquém da realidade, quando o assunto é educação pela mídia. Isso porque a maioria das escolas brasileiras não possuem internet banda larga.

Piérre Lévy, em recente visita ao Brasil, afirma que é necessário a intervenção do Estado para garantir a inclusão digital. Ele acredita que o anafalbetismo e a falta de recursos culturais são os grandes vilões para este acesso. O filósofo tem estudado o quanto as comunidades virtuais podem contribuir com o avanço da humanidade.

Abaixo ressalta-se a questão levantada por filósofos e pelo sociólogo Manuel Castells:

“A revolução tecnológica muda costumes e a apreensão da informação ou a mudança de mentalidade que constrói novos canais de informação?”

Respondendo à questão Castel afirma: “creio que há quarenta anos atrás, Marshall Macluhan já tinha a resposta para essa questão - "não há como dissociar o meio da mensagem". É por isso que seus conceitos estão sendo revisitados. O educador precisa adaptar seu conteúdo, entender o processo de aprendizagem frente às novas perspectivas que a tv interativa possibilita e tirar o maior proveito delas.

O receptor na tv interativa deixa de ser passivo no processo comunicacional. Ele assume o papel de emissor também. Podemos citar como efeitos do uso de hiperlinks nas imagens em movimento: a segmentação de público, a personalização de programação, o aumento da capacidade de crítica, a busca de conhecimento e a interação com outros espectadores. Tudo isso beneficiará imensamente a população brasileira na busca pelo saber. Aguardemos os novos tempos, partilhado do otimismo de Piérre Levy.

Nenhum comentário:

Postar um comentário