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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Modelo Cartel x Metodologia na EAD

Disciplina: METODOLOGIA EM EDUCAÇÃO ABERTA E À DISTÂNCIA (EAD)

Aldemir Garcia, Aloisio Carlos da Silva, Ana Maria Bosi, Emília Barbarioli Gonçalves, Glaycon Araújo, Janete Suely Silva, Martanézia Paganini e Rosani Siqueira
Comparando o modelo do cartel com a proposta de ensino na modalidade EAD
A mestria Socrática objetivava que o aluno/interlocutor formulasse seu próprio conhecimento, tendo o mestre como um guia incentivador. Sócrates se utilizava do diálogo, em pequenos grupos, fomentando a dúvida e a formulação do saber. Utilizava-se da Maiêutica - método que se dividia em três momentos: partia da negação do saber, num segundo momento questionava o interlocutor sobre o seu saber utilizando-se da ironia e, por fim, incentivava a construção de um novo entendimento.
De acordo com sócrates, todos detêm o saber, mas estão distanciados deste. Para o filósofo a alma seria a nossa razão, nossa consciência pensante e operante. Seu trabalho como mestre seria o de aproximar o educando do saber, que seria acessado por meio de reminiscências, que retomam um saber inato - da alma. Aqui podemos associar a postura de Sócrates ao processo de aprendizagem na educação à distância (EAD), deduzindo que o papel do mestre neste contexto seja o de orientador ao caminho do conhecimento, escapando ao conceito tradicional de mestria no qual o professor - detentor do saber - ensina, num processo de transmissão de conhecimentos unilateral.
Entretanto, a crítica lacaniana ainda percebe no método socrático intervenções do mestre. Sócrates baseia-se no conhecimento racional para a solução dos questionamentos humanos, colocando-se como guia no caminho da razão/verdade. Já Lacan, por outro lado, parte das emergências do inconsciente na busca do saber - o mestre é o inconsciente.
Lacan critica a pretensão cartesiana de encerrar a vida do pensamento na consciência, para esse psicanalista o sujeito a ser levado em consideração não é o da certeza, mas o sujeito do inconsciente. O inconsciente como mestre sugerido por lacan está relacionado com uma pulsão epistemológica, em que desejo é compreendido como falta, e a busca por conhecimento é uma tentativa de preencher essa lacuna.
Nesse perspectiva a proposta de estudo, parte de um pequeno grupo, o cartel, em que o interesse de pesquisa parte do desejo de cada membro. O mestre perde o sentido como na tradição socrática, dando espaço para as subjetividades e os produtos próprios de cada um.
No cartel o trabalho é executado em pequenos grupos com no mínimo três pessoas e no máximo cinco, sendo que a figura do "MAIS UM" tem como encargo velar pela efetiva execução das atividades e provocar sua elaboração. Nesse sentido a figura do "MAIS UM" tem funções semelhantes ao do tutor em EAD, que é mais um entre os aprendizes. A elaboração do trabalho leva em conta a especificidade de cada participante, seus limites, suas falhas, as crises do grupo. No EAD a abordagem é centrada no aluno e o seu desejo é vetor para a aprendizagem. Constitui um método que proporciona ao aluno em um lugar de igualdade, num ambiente sem mestres, um espaço de desenvolvimento intelectual onde se pode aprender apenas guiado pela tensão de seu próprio desejo de conhecimento - num processo de emancipação indivudual.

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